Belgian Tripel, o estilo mais recente de uma trilogia belga

Concebido no século passado, o Belgian Tripel é o estilo de cerveja artesanal criado na Bélgica mais produzido no mundo

Com uma longa tradição vinda desde a Idade Média, os cervejeiros monásticos europeus influenciaram o modo como as cervejas foram feitas por vários séculos. Com receitas muito bem elaboradas, muitas vezes buscaram ousar, incorporando ingredientes novos à bebida, como as especiarias descobertas durante a época das Grandes Navegações.

E a cultura cervejeira moderna continua a se beneficiar de todo o conhecimento acumulado por tanto tempo na nobre arte de fazer cerveja. E os monges belgas têm papel de destaque nessa longa história. Com uma integrante da Escola Cervejeira Belga, a Belgian Tripel é o mais jovem dos estilos que formam uma trilogia de cervejas Ale – cervejas de baixa fermentação – da Bélgica (além desse estilo, temos Dubbel e Quadrupel).

A Belgian Tripel tem a sua origem na década de 1930, através das mãos do genial mestre cervejeiro Hendrik Verlinden, da cervejaria Drie Linden. No começo dessa década, ele se debruçou sobre pesquisas de uma receita para produzir uma cerveja dourada forte para competir com as cervejas claras da Europa, que cresciam em popularidade.

No ano de 1932, ele lançou a cerveja Witkap Pater (depois alterada para Witkap Tripel). Embora não fosse membro da Ordem, ele comercializou a bebida sob a designação trapista. Em 1934, os monges da Abadia de Westmalle lançaram sua versão de cerveja Tripel, com um teor alcoólico de 9,5%. Sua receita segue a mesma desde 1956, sem sofrer qualquer alteração desde que o irmão Thomas acrescentou mais lúpulo à receita e passaram a chamá-la de Westmalle Tripel.

A origem do nome Belgian Tripel

Há muitas versões para a origem do no Tripel e isso faz parte da área mística que envolve o estilo. Uma das versões diz que o nome é porque a água era passada por três vezes pela caldeira do mosto sem trocar os grãos. Isso produzia cervejas com um teor alcoólico e sabor diferentes. Na primeira passada, tínhamos a Triple, já que mais açúcares eram extraídos, gerando uma cerveja forte. A segunda e terceira passadas do mosto, produziam, respectivamente, as cervejas Dubel e Blonds.

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Uma outra versão fala que o nome tem a ver com as marcações que os barris recebiam na estocagem nas antigas adegas. Os barris das cervejas Tripel seriam macacados com três cruzes de ferro. Ainda há uma teceria hipótese, em que recebeu esse nome em razão da sua potência alcoólica, que estaria no meio entre a intensidade alcoólica de uma Dubel e uma Quadrupel.

Um fato curioso, é que cervejas Trapistas tem por tradição serem comercializadas em garrafas de vidro, uma vez que a refermentação dá o toque final à cerveja. Assim, a hipótese do nome ser devido às três cruzes de marcação no barril não se aplicaria às cervejas Tripel trapistas.

Características da Belgian Tripel

Uma cerveja do estilo Belgina Tripel possui uma cor dourada transparente. Seu colarinho é formado por uma espuma cremosa, densa e persistente. Possui aroma frutado, onde o malte pilsen e o lúpulo se destacam. É comum termos a percepção sensorial de canela, pimenta, noz-moscada, laranja, limão, pera ou banana. Tudo isso em razão da sua levedura. É recomendado que a bebida seja apreciada em copos especiais, como uma Tulipa ou um Goblet.

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Ficha técnica do estilo Belgian Tripel

Aroma	Perfil maltado leve com alta especiaria Presença característica do malte Pilsen
Sabor	Mistura complexa de maltes, especiarias, frutas e sabores alcoólicos.
Faixa ABV	7,5% – 9,5%
Faixa IBU	20– 40
Faixa de cor SRM	4,5 – 7
Faixa de cor EBC	7,5 – 14
Temperatura de serviço	13,0^oC – 15,0^oC
Copo recomendado	Copo Tulipa ou Goblet