Uma cervejaria cigana não tem nada de místico, como alguns podem supor. É um modelo de produção por contrato. É um ótimo modelo para o cervejeiro que quer lançar a sua própria receita de cerveja, mas não tem o capital necessário para iniciar a sua própria cervejaria.
A cervejaria cigana é um modelo que é usado nos Estados Unidos desde a década de 1980 e que se difundiu bastante por aqui no Brasil. Algumas micro cervejarias começaram dessa forma.
Uma cervejaria cigana não tem a sua própria estrutura física de produção de cerveja. Ou seja, ela terceiriza a planta fabril de uma outra cervejaria para a produção da sua cerveja.
Funciona assim. O cervejeiro entra em contato com uma cervejaria e contrata a estrutura dessa cervejaria para produzir uma cerveja com a sua receita, mediante um valor acertado entre eles. Dependendo do contrato, o fornecimento das matérias-primas pode ser fornecido tanto pelo dono da receita da cerveja, quanto pela cervejaria contratada. O contrato também prevê quantos litros de cerveja serão produzidos e todos os detalhes necessários.
A cervejaria contratada, então, produz a cerveja com a receita do cervejeiro, aplica o rótulo e faz o registro nos órgãos competentes. Vale lembrar que todas as cervejas comercializadas no Brasil precisam ser registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Após produzidas, o cervejeiro fica, então, responsável pela venda e distribuição das suas cervejas.
Uma cervejaria cigana diminui o risco do empreendimento
Esse modelo permite que o cervejeiro valide a aceitação da cerveja pelo público, já que ele pode produzir pequenas quantidades. Conforme for aumentando a aceitação, ele pode aumentar a quantidade de bebida produzida.
Na hipótese da sua cerveja não ser bem aceita pelo mercado, ele pode decidir por não a produzir mais. Contudo, sem amargar o prejuízo com equipamentos e aluguel de espaço, por exemplo, caso tivesse optado por montar a sua própria cervejaria.
Mas, nem tudo são flores. O cervejeiro ainda precisa lidar com questões como logística, custos, vendas, precificação, fluxo-de-caixa, marketing, entre outras coisas. Afinal de contas, como um empreendedor cervejeiro, ele precisa ter o controle do seu negócio para que prospere.
Assim, num futuro não tão distante, chegará o momento dele, aí sim, ter a sua própria cervejaria.